Conheça mais sobre Silvio Tendler e da Caliban

Temos a honra de dividir com vocês que estamos preparando um filme comemorativo e documental dos nossos 100 anos e, para mostrar um pouco dessas memórias, contamos, mais uma vez, com a direção de Silvio Tendler e produção da Caliban Cinema e Conteúdo nessa empreitada que está nos despertando tantas emoções. Conheça um pouco sobre esse documentarista e sua produtora.

Silvio Tendler

É um dos documentaristas mais importantes do país. Em 50 anos de carreira, lançou mais de 80 longas, médias e curtas-metragens em salas de cinema, canais de TV e na internet. Foi forjado na película, na moviola e no cinema artesanal, chegou ao digital e se prepara para a interatividade dos novos tempos. Seu cinema tem um forte viés histórico, social e político, mas também fala de poesia, teatro, música, fotografia, religião, economia, ecologia, sexualidade e memória. Prefere biografar os personagens e movimentos sociais vencidos, por isso ficou conhecido como o cineasta dos sonhos interrompidos.

Acumula as três maiores bilheterias do cinema documentário brasileiro (“Os anos JK – Uma trajetória política”, “O Mundo Mágico dos Trapalhões” e “Jango”) e mais de sessenta prêmios, dentre eles seis Margaridas de Prata – C.N.B.B e o Prêmio Salvador Allende no Festival de Trieste, Itália, pelo conjunto da obra. E, na contramão do movimento que limita a exibição de obras audiovisuais por questões de direito autoral, faz questão de viralizar seus filmes e disponibilizar o conteúdo na internet e em cineclubes. Participou do Festival de Cannes e foi premiado nas mais renomadas mostras de cinema, como Festival de Havana, Festival de Cinema Político da Argentina, Festival do Rio, Festival de Brasília, Festival de Gramado e recebeu duas vezes a Margarida de Prata da CNBB, entre outros prêmios.

Foi professor do Departamento de Comunicação da PUC-Rio por 40 anos, conciliando a sólida produção no mercado audiovisual com a atuação acadêmica e o contato direto com as novas gerações. Em 2019, foi homenageado com o título de Professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Ouro Preto. Perto dos 70 anos, conserva a inquietação do jovem que chegou a Paris em 1973 como parte de um exílio voluntário, depois de conhecer o Chile de Salvador Allende.

Lá, estudou História na Université de Paris VII, fez mestrado em Cinema e História na École des Hautes-Études/Paris VII – Sorbonne e se especializou em Cinema Documental aplicado às Ciências Sociais no Musée Guimet, naquela universidade. É também Professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Ouro Preto. Seus primeiros passos em cinema documentário foram guiados por dois ícones, que são suas referências de linguagem e estética até́ hoje: Chris Marker e Joris Ivens.

À frente da Caliban Produções Cinematográficas, fundada em 1981, direcionou a empresa para a especialização em filmes históricos de cunho social. Em 38 anos de atuação com a Caliban, e 48 anos de cinema, Silvio Tendler produziu e dirigiu mais de 70 filmes entre curtas, médias e longas-metragens em formato documental e vídeos, além de 12 séries e hoje trabalha ao lado da filha Ana Rosa Tendler.

Parte das pesquisas de seus filmes têm origem no volumoso acervo particular de imagens, com mais de 80.000 (oitenta mil) títulos sobre a História do Brasil e do Mundo dos últimos 60 anos, sendo, possivelmente, o maior do gênero existente no Brasil.

Ao longo de sua trajetória, Silvio Tendler foi Presidente da Federação de Cineclubes do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Cineastas; Diretor de Arte e Cultura da Fundação Rio, ligada à Rio Arte (1988); Diretor do Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho (Castelinho do Flamengo), instituição vinculada à Secretaria Municipal de Cultura e à Prefeitura da Cidade do Rio (1992); Diretor da TV Brasília, do Grupo Correio Brasiliense (1995); Secretário de Cultura e Esporte do governo Cristovam Buarque, no Distrito Federal (1996); Diretor da Coordenação de Audiovisual para o Brasil e o Mercosul da Unesco, organismo vinculado às Nações Unidas voltado para a Educação e Cultura (1997); foi professor do Departamento de Comunicação Social da PUC-RJ, desde o ano de 1979 e membro fundador da Fundação Novo Cine Latino-Americano e do Comitê de Cineastas da América Latina.

Premiações e Homenagens

Troféu Fundação Memorial da América Latina, IX Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo (2014);
Medalha Chico Mendes de Resistência, Associação Brasileira de Imprensa (2013);
Homenagem do Festival Internacional de Biografias (2013);
Homenagem pelo Talento em traduzir a identidade brasileira, COPPE UFRJ (2013);
Título de Cidadão de Niterói, Câmara Municipal de Niterói (2013);
Prêmio Parceiros da Paz e da Sustentabilidade 2012 – 2016, Agência Brasil Sustentável (2012);
Homenagem no Festival do Audiovisual Luso Afrobrasileiro, FestFilmes (2012);
Mostra em Homenagem – O Documentário Segundo Silvio Tendler, IBRACINE – Ibero Brasil Cine Festival (2011);
Notório Saber, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2011);
Homenagem do Festival, VIII Santa Maria Vídeo e Cinema (2009);
Diploma de Honra ao Mérito, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2009);
Homenagem retrospectiva, X Festival de Cinema de Paris (2008);
Medalha Tiradentes, Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (2008);
Prêmio Golfinho de Ouro pelo conjunto da obra, Governo do Estado do Rio de Janeiro (2005);
Homenagem pelos 13 anos de luta do Jornal Inverta, Jornal Inverta (2004);
Homenagem do Governo de Minas Gerais por participação na campanha pelas Diretas Já, Governo do Estado de Minas Gerais (2004);
Homenagem do Governo do Estado com inauguração da Sala de Cinema Silvio Tendler em São João de Meriti, Governo do Estado do Rio de Janeiro (2003);
Medalha JK Centenário JK, Ministério da Cultura (2003);
Membro fundador da Fundação do Novo Cinema Latino-americano, Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano (1986);
Medalha Pedro Ernesto, Município do Rio de Janeiro (1984);
Troféu de Melhor Documentário com o filme “Dedo na Ferida” no Festival de Cinema do Rio (2017);
Documentário “Dedo Na Ferida” recebe Menção Honrosa do Júri no Festival CineAmazônia.

Caliban

A Caliban Produções Cinematográficas LTDA é uma empresa multimídia, produtora e distribuidora de cinema e vídeo, especializada em filmes históricos de cunho social. Fundada pelo cineasta Silvio Tendler em 1981, já produziu cerca de 80 trabalhos, entre curtas, médias e longas-metragens em formato documental e vídeos, além de séries para a televisão e filmes com fins culturais e institucionais.

Entre 2017 e 2023, a produtora lançou 15 documentários, 2 exposições (nos espaços culturais MIS e Sesc Niterói), além do ebook Dos Povos originários à construção da nação de todos, para as comemorações do bicentenário da independência.

A produtora possui, ainda, um dos maiores acervos particulares de registros históricos em película (16 e 35mm) do país, com cerca de 80 mil títulos que documentam mais de meio século de história do Brasil e do mundo, além de milhares de horas com registros e entrevistas de personalidades nacionais e estrangeiras realizadas ao longo das últimas quatro décadas.

Tem como missão, visão e valores: promover a arte da narrativa audiovisual, contando histórias envolventes e impactantes que inspirem, emocionem e provoquem reflexões, alcançando públicos diversos e contribuindo para o desenvolvimento da cultura e da indústria cinematográfica.

Ao longo desta trajetória, Silvio Tendler, seu diretor, recebeu mais de sessenta prêmios, dentre eles seis Margaridas de Prata – C.N.B.B e o Prêmio Salvador Allende no Festival de Trieste, Itália, pelo conjunto da obra.

Entre os filmes sob sua produção destacam-se “Jango”, de 1984, que arrebatou a segunda maior bilheteria da história do documentário brasileiro, levando aos cinemas 1 milhão de espectadores, recebendo o Troféu Margarida de Prata – C.N.B.B., e diversos outros prêmios, dentre eles, o de melhor filme do Júri Popular e melhor trilha sonora do Festival de Gramado do mesmo ano; “Glauber – O filme, labirinto do Brasil”, que recebeu o Prêmio de melhor filme pelo júri popular e pelo júri da crítica do Festival de Brasília, em 2003, e participou da Seleção Oficial Hors Concours do Festival de Cannes; “Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá”, de 2006, vencedor do Festival de Cinema de Brasília e ganhador do prêmio de melhor filme no Festival Internacional de Documentários Santiago Álvarez in Memorian, em Cuba, em 2007; “Utopia e Barbárie”, de 2009, que recebeu o Prêmio de Melhor direção e Melhor montagem no 4º Festival do Paraná de Cinema Brasileiro Latino e menção honrosa no Festival Internacional Santiago Álvarez in Memorian; “Dedo na Ferida” , premiado no Festival do Rio 2017 como melhor filme eleito pelo Júri popular.